“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” ( Rm 3:23 ).
Um menino escravo
Apesar de sua tenra idade, Trévio era um menino forte, inteligente e muito trabalhador. Ele nasceu escravo, uma condição que a própria existência lhe impôs por ter sido gerado de uma mulher escrava.
Trévio convive com outros meninos e meninas em igual condição: eram todos escravos. Muitos dos amigos de Trévio não conheciam suas genitoras, Trévio, porém, sentia-se privilegiado por viver com sua mãe.
Assim como Trévio, a sua genitora era propriedade de um senhor. Tudo que ambos possuíam era o seu Senhor, pois a única situação que lhes permitia utilizar o pronome possessivo ‘meu’, era quando faziam referencia ao seu senhor.
Trévio era obediente, trabalhador, aplicado, interessado, sequioso por conhecimento, mas suas qualidades não influenciavam sua condição. Os desejos, anseios, acertos, trabalho, compreensão, função, aplicação, etc., não podia alterar a condição de Trévio.
A medida que Trévio compreendia sua condição aumentava em seu coração o desejo de ser livre e com ele a tristeza, pois sabia que lhe era impossível alcançar a liberdade por suas próprias forças e qualidades.
Em um sistema escravagista:
- Um escravo é comparável a um objeto, uma propriedade do seu senhor, assim como os animais da fazenda;
- Tudo que um escravo produz pertencia por direito ao seu senhor, e;
- Por mais anseio que tenha pela liberdade, nunca disporia de meios para levar a efeito tal objetivo.
Toda humanidade vem a existência em condição semelhante à de Trévio. Qualquer que não crê em Cristo é escravo do pecado!
O que é ser escravo do pecado? É estar sujeito a uma condição na qual você não tem como libertar-se por si só.
Esforço, dedicação, moral, comportamento, regras, leis, qualidades, etc., não são contados como meio para alcançar a liberdade. Por mais que uma pessoa pratique boas ações, doe todos os seus pertences, viva uma vida de ascetismo pessoal, paute sua existência segundo a melhor corrente filosófica e religiosa não consegue livrar-se de tal condição.
A condição suplanta os atributos morais e intelectuais do indivíduo, pois abarca o ser, e não suas ações. Um escravo podia ser bom ou mau, porém, estes qualificativos não alteravam a sua condição: continuava escravo.
A definição ‘Todo homem é mortal’ expressa uma condição pertinente a humanidade, independentemente de quaisquer questões. Não importa a nação, origem, intelecto, religião, sabedoria, moral, intenção, dolo, etc., a morte é uma realidade para o ser humano.
Quando falamos de ‘escravidão’ e ‘liberdade’, estamos diante de duas condições sociais distintas, e embora sejam condições estabelecidas pela sociedade, dentro desta realidade, impressões pessoais não mudam a condição do homem.
A condição não se expressa em meio termo: ou é escravo, ou é livre. Não há como ser meio livre e meio escravo. Escravo de manhã e livre à tarde.
Trévio era escravo porque a sua mãe era escrava. De igual modo a humanidade tornou-se escrava do pecado por causa dos nossos pais, Adão e Eva, uma vez que também eram escravos do pecado.
A escravidão
Quando Adão e Eva desobedeceram a Deus venderam-se ao pecado, e desde então, todas as pessoas nascem pecadoras.
São pecadoras porque pecam? Não! São pecadoras porque nasceram nesta condição, e portanto, pecam porque são pecadores. Pecado, pecador diz da condição pertinente a humanidade quando alienada de Deus.
Havia duas formas de um homem tornar-se escravo:
- Condição herdada dos pais;
- Por dívida, conquistas.
Quando foram criados por Deus, Adão e Eva eram livres, mas a bíblia relata que eles desobedeceram a Deus, e os nossos pais carnais (Adão e Eva) tornaram-se escravos do pecado.
Eles perderam o melhor que uma criatura pode ter: a comunhão com seu Criador. Eles foram destituídos da glória de Deus. Esta ‘nova’ condição a que Adão e seus descendentes foram submetidos é melhor descrita e representada através da escravidão.
Mas, porque Jesus e os apóstolos utilizaram o instituto da escravidão como figura para representar a condição do pecador? Porque o homem foi condenado à morte, uma condição alienada de Deus!
A condenação estabeleceu uma condição: morte, separação de Deus. Assim como a escravidão, a morte é uma condição que o homem não pode mudar por si só. A morte tornou-se uma condição própria aos homens destituídos de Deus, o autor da vida.
Escolhas e Vontades
Na medida do possível Trévio desejava fazer as melhores escolhas. Cumprir as regras era uma delas. Dentre os seus ‘amigos’ em igual condição esta não era a temática. Muitos eram arredios, descumpriam pequenas regras, mentiam, etc., mas a condição deles era idêntica.
As melhores escolhas melhoravam as relações de Trévio com os seus amigos e evitava as correções imposta pelo seu senhor. Por causa deste compromisso consigo mesmo, Trévio ainda não fora submetido a nenhum castigo severo.
A escravidão era um empecilho para a liberdade, porém, a capacidade de escolha, a livre vontade, os sonhos, os anseios de Trévio não foram tolhidos. O que difere livres e servos é somente a condição.
De modo semelhante à condição de Trévio é a de toda a humanidade, faz inúmeras escolhas e leva a efeito inúmeros anseios, mas não podem mudar a sua condição: são escravos do pecado!
Tudo que os descendentes de Adão fazem, escolhem, sonham e anseiam só influenciam, melhoram ou pioram as relações entre os seus semelhantes, mas não pode reatar a relação com Deus.
A condição que se abateu sobre a humanidade decorre de uma escolha específica que Adão fez: ele não confiou na palavra de Deus que é vida, e, por isso, morreu. Todos os seus descendentes herdaram igual condição porque Adão escolheu não confiar na palavra de Deus.
Hoje, por intermédio do evangelho a humanidade é informada que há uma única maneira do homem escapar de tal condição. É necessário escolher confiar na palavra encarnada que concede vida.
Da falta de confiança adveio a separação: todos juntamente se desviaram e tornaram-se imundos, condenáveis diante de Deus. Agora, por intermédio de Cristo, a redenção, a liberdade da escravidão está em uma escolha específica: crer n’Aquele que Ele enviou.
Fonte: Estudo Bíblico
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